Placa comemorativa ao 1º Centenário de Lençóis

 

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Em 28 de abril de 1958, Lençóis Paulista comemorava o seu primeiro centenário. Archângelo Brega, prefeito do município naquela época,  organizou uma festa sem precedentes. Cantores e bandas mais famosos do país vieram prestigiar o evento. Para marcar a data, as autoridades lençoenses mandaram confeccionar centenas de plaquinhas (ao lado um exemplar) com a figura do Brasão do município. As famílias tradicionais, adquiriram a lembrança e a afixaram na fachada de suas residências. Até meados dos anos 1980, dezenas de prédios do centro da cidade ainda ostentava a plaquinha que marcou a passagem dos cem anos de Lençóis Paulista. Nos dias de hoje não há mais nenhuma dessas placas presas às paredes. Com o passar dos anos, os prédios foram sendo reformados, alguns deles demolidos para dar lugar a uma nova e moderna edificação e assim as plaquinhas foram desaparecendo por completo. Em 2007, quando Lençóis completava 149 anos, o idealizador deste site (o jornalista Benedicto Blanco), saiu a procura de uma plaquinha. Exigente como ele só, a meta era encontrar uma dessas relíquias, mas que tivesse sido pregada exatamente quando a cidade completou cem anos. A tarefa, convenhamos, era inglória. Depois de semanas seguidas procurando por sobre muros de residências antigas, pedindo informações para pessoas que se interessam por histórias (Jefferson Paccola, Meiry e Therezinha Chitto, Reginaldo Rossi, dentre ouutros), o jornalista Blanco estava com sua esposa Piedade nas proximidades do museu – onde aliás, há uma plaquinha exposta – quando Piedade disse: “que tal darmos umas voltas pelos lados da vila Contente? Pois trata-se de um bairro antigo e sempre foi habitado por famílias tradicionais”, disse ela. Sem pestanejar, Blanco virou seu “porvinha” e foi para os lados da vila Jardim Contente. Não foi necessário andar muito. Ao passar pela rua São Pedro, a poucos metros da passagem de nível da ferrovia, em uma daquelas residências antigas, já desabitada, por sobre arbustos, escondida, quase imperceptível, lá estava ela: a plaquinha tanto procurada. O jornalista não titubeou. Pegou sua digital importada de um país visinho e começou a fazer as fotos. Não satisfeito, sabendo que de uma hora para outra aquela relíquia iria ser jogada em uma caçamba de entulho, passou a mão em um pedaço de pau e a arrancou da velha parede. O cara sabe que cometeu um crime ao “roubar” a relíquia, mas ele garante que foi por uma boa causa. Até mesmo os preguinhos que a prendiam à parede foram guardados. O cara é fanático por história. (RS)