Vicente Rodrigues Martins

“Se nós tivéssemos o mesmo cuidado com a vida espiritual que temos com a vida física seria melhor para nós e alegria para Deus. Quando temos na família alguém doente fazemos tudo para que não morra… o mesmo esforço deveria ser feito na vida espiritual…” (Vicente Rodrigues Martins, meu avô – escrito um mês antes de minha av…ó falecer e oito dias após meu nascimento). Homem de fé e convicções bem firmadas!

Vicente Rodrigues Martins nasceu na zona rural de Lençóis Paulista em 06 de agosto de 1906. Filho de Salvador Rodrigues Martins e Laura Rodrigues. Cursou até o 2º. Ano Primário no Grupo Escolar Esperança de Oliveira tendo sido forçado a deixar a escola para ajudar os familiares nos serviços da lavoura.
Nascido em lar protestante, sempre foi devotado estudioso da Bíblia Sagrada e por muitos anos exerceu o ofício de Presbítero na Igreja Presbiteriana Independente de Lençóis Paulista.
Casou-se aos 22 anos de idade com Delminda Gomes, filha de imigrantes portugueses e continuou trabalhando na lavoura, resultando dessa união cinco filhos.
Por volta de 1936, tendo sido proibido pelo seu médico de trabalhar em serviço pesado por motivo de saúde, ingressou na prefeitura local exercendo a função de fiscal de obras nas estradas do município.
Posteriormente, voltando à lavoura com muito esforço e determinação, juntamente com a esposa e os dois filhos mais velhos, ainda menores, conseguiram alguma economia, com a qual adquiriu uma propriedade agrícola de 12 alqueires nas proximidades da Usina Barra Grande.
Com o início das atividades da Usina Barra Grande começou o plantio de cana-de-açúcar em 1941, sendo pioneiro na entrega do referido produto, utilizando como meio de transporte o carro de boi.
Com o objetivo de dar melhores condições de vida à esposa e filhos, inclusive estudos, decidiu procurar uma forma de morar mais próximo à cidade.
Surgiu nessa época (1949) uma propriedade no então Bairro Marimbondo com 40 alqueires à venda, a qual ele conseguiu adquirir com recursos oriundos da venda de seus produtos (suas economias).
Logo após surgiu uma outra propriedade agrícola anexa, nesse mesmo bairro, com aproximadamente 160 alqueires, a qual ele também conseguiu adquirir em negócio casado com a venda de 12 alqueires que possuía nas proximidades da Usina Barra Grande.
Hoje, nos 40 alqueires da primeira compra encontram-se implantadas as vilas Marimbondo, Humaitá, Ubirama e Ubirama II.
• Vila Marimbondo – loteada pela prefeitura local;
• Jardim Humaitá – área vendida e loteada pela Imobiliária Cruzeiro;
• Jardim Ubirama – a maior de todas, com 917 terrenos, além de uma complementação de mais 30 terrenos, loteada com recursos próprios, tendo o início da abertura de suas ruas em 1963, muitas das quais com o auxílio de machado e foice pelo próprio proprietário;
• Jardim Ubirama II – com 99 terrenos, implantada em área doada aos filhos.
Um dos motivos que o levaram a implantar essas vilas foi o desejo de ver a cidade expandir seus limites e também de dar condições aos menos favorecidos de ter o seu teto. Tanto é que os terrenos eram vendidos a preços irrisórios e ainda em parcelas a perder de vista.
Na área da segunda compra (160 alqueires) hoje se encontra todo o loteamento de chácaras “São Judas Tadeu”, o Clube Recreativo Lwart, além de várias propriedades agrícolas.
Faleceu em 02 de Agosto de 1980 aos 73 anos, vítima de infarto agudo do miocárdio.

“O bem que fazemos aos nossos semelhantes é passageiro. As verdades que lhes deixamos são eternas!” (Vicente Rodrigues Martins)

Colaborou Laura Rodrigues Gomes, filha de Vicente Rodrigues Martins.

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