Cemitérios de Lençóis

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No início do povoado, quando a Vila de Lençoes  (com “e” e sem acento) tinha apenas algumas casas, os mortos eram enterrados em um terreno onde se  encontra atualmente a Biblioteca Municipal. Naquela época, (1868 mais ou menos) os mortos que vinha da zona rural eram transportados em rede e assim que chegavam eram sepultados.  As sepulturas eram abertas pelas próprias pessoas que traziam o corpo. Segundo escreveu o historiador Alexandre Chitto, as covas eram rasas, não obedeciam  nenhuma regra de higiene e assim em poucos dias a região era infestada por mau cheiro.  Por causa disso, a prefeitura exigiu que todos os corpos fossem sepultados em caixão, sendo que as despesas com os indigentes seriam bancadas pelo município.

Cemitério de escravos

Há alguns relatos dando conta que inúmeros corpos de escravos foram sepultados num cemitério improvisado nas imediações da estação ferroviária, nas confluências das ruas Dr. Antonio  Tedesco e Princesa Izabel, próximo ao Casagrande Hotel.

Cemitério Novo

Com o desenvolvimento da cidade, a prefeitura construiu um novo cemitério em um terreno  –  onde se encontra atualmente o colégio Paulo Zillo,  Era um cemitério pequeno, cercado de arame e não oferecia a menor segurança ou garantia às sepulturas. Constantemente cães e tatus revolviam a terra deixando expostos caixões, ossadas e restos mortais de cadáveres recém-sepultados. Esse cemitério acabou sendo extinto completamente, porque nele havia apenas alguns jazigos e capelas, insuficientes para que se perpetuasse o local. A maioria das sepulturas era  feita  em covas rasas.  O responsável pelo portão do cemitério era o padre responsável pela Paróquia da cidade.  Em 1881, o vereador Campos Mello comunicava os poderes públicos que o Padre lhe estava entregando as chaves, sob a justificativa que os as cercas estavam caindo, havia muito mato e que o local necessitava de um zelador. Contudo, em 1885, o padre mudou de ideia  e decidiu não entregar as chaves, afirmando que elas pertenciam à Paróquia e não à Prefeitura.  Essa “briga” durou até que a prefeitura construísse um novo cemitério. O terreno para a construção da nova necrópole foi doado pelo Barão de Melo Oliveira que era dono de todas as terras daquela região da cidade. O prefeito daquela época era o Dr. Elias Rocha. Ele dotou a cidade de dois cemitérios: aquele nas proximidades do campo de futebol e do colégio Paulo Zillo, e o novo, na esquina das ruas Geraldo Pereira de Barros e Avenida Ubirama.
A extinção do velho cemitério aconteceu em 1932, na gestão do prefeito Raul Gonçalves de Oliveira. No dia do transporte do que sobrou do velho cemitério, formou-se uma espécie de cortejo e o povo seguiu   em romaria até o a nova necrópole, onde as ossadas foram definitivamente sepultas.  De 1932 a 2000 Lençóis Paulista contou com apenas um cemitério. No inicio dos anos 2000, o empresário Luiz Carlos Domingues Maciel, conhecido como Coquinha, construiu o Paraíso da Colina, na zona sul da cidade, mais recentemente, a Funerária Panico construiu nos altos do Barro Cecap (Zona Leste da Cidade) o Cemitério Parque irmãos Panico.
Fonte: “Lençóis Paulista, Ontem e Hoje”