Divagando

Confesso que há muito tempo eu não parava um pouco  na região central da cidade, nas proximidades da Casa Paccola. Estive por lá dia desses e permiti que meu pensamento divagasse um pouco e ancorei meu barquinho sem rumo lá pelos anos 60, 70. Na minha viagem rumo ao passado avistei muitos amigos que se foram e outros que ainda estão por aí contribuindo de alguma maneira para a pujança deste querido pedaço de chão brasileiro conhecido como Lençóis Paulista. Nesse meu devaneio observo alguns clientes da Casa Paccola sendo atendidos por  Pedro Cacciatori e Ênio Coneglian, vendedores da loja. No lado oposto da rua 15 de Novembro Alberto Paccola, proprietário do Bazar Alberto conversa com Alcebíades Canova e  Nestor Luminatti. Na esquina, defronte a Farmácia estão Júlio Ursaia, Benedito Pereira de Andrade e Walter Petenazzi, além de duas ou três senhoras, cujos nomes eu não sei.   Defronte ao Bar Central (no futuro será Móveis Moretto, Colombo e outros) há um grupinho de pessoas, dentre as quais estão Alexandre Raymundo Paccola, Juracy Giacomini (Jura) e Horácio Moretto. É bom sempre destacar que o Bar Central é um ponto de referência. É ali que se reúnem as famílias vindas da Zona Rural sempre que se dirigem à cidade para batizarem seus filhos ou para as compras de sortimentos.  Essa pequena loja especializada em armarinhos pertence à dona Araci Moretto Vachi, esposa de Oswaldo Vachi, exímio vendedor de automóveis da Salca (S.A. Lençoense de Comércio e Automóveis) que fica ali na esquina da av. 25 de Janeiro com Ignácio Anselmo. O gerente da revendedora Volkswagen é o sr. Laércio Brígido Dutra. Religiosamente, todas as tardes, aficionados por carros se reúnem no salão principal da concessionária e uma das figuras marcantes é a do dr. Antonio Tedesco, competente médico na cidade. Atravesso a rua e topo com um grande e especial amigo que atende pelo nome de Novaes Capelari, borracheiro batalhador, honesto e competente. Junto dele está Dailer de Jesus de Souza, pintor de automóveis e letrista da mais alta qualidade. No portão principal da oficina mecânica, Benito Cavassuti, Luizinho Malagi, Lidio Tomazzi, Laércio Jacomassi, João Voros e outros falam de futebol. À esquerda, na calçada oposta, Paschoal Bernardino, Egydio Paccola e seu filho Waner, conversam  animadamente. Subindo aquela  escadinha (hoje demolida) à direita, mais precisamente no número 138 da rua Ignácio Anselmo, estão os irmãos Arnaldo e Oswaldo Capelari. No final da escada, à direita está o escritório da Família Capelari e à esquerda encontra-se a rádio Difusora (ZYR 36). Neste momento estão trabalhando na emissora os locutores Ademir Toniollo e Rosa Maria Lini.  Na esquina, defronte ao posto de combustíveis dos irmãos Garrido há um grupinho e pelo que se pode observar as pessoas não são  da cidade. Ao que tudo indica passaram apenas para abastecer o veículo (Chevrolet 1951) com o qual estão viajando. Defronte à alfaiataria de Giovanino Ciconni, Aristeu Sampaio e Ângelo Petenazzi conversam longamente. Neste instante acaba de estacionar, defronte ao Bar Guarany, dos Irmãos Afonso e Bepim Placca, o ônibus que vem de Bauru e segue para Botucatu. Os que fazem o trajeto Botucatu/ Bauru param no Bar Central. Essa é uma rotina que só será alterada quando se construir um terminal rodoviário na cidade.

Voltando do meu devaneio, observo que a cidade está mudada, moderna, colorida, sobretudo nesses dias que antecedem as festas natalinas. O trânsito de veículos, porém, está a cada dia mais complicado e merece especial atenção de nossas autoridades constituídas.

Benedicto Blanco – Jornalista

Texto publicado no Jornal Sabadão, edição de 17 de Dezembro de 2016