É Duro Ganhar Dinheiro Fácil

É próprio do ser humano a busca por melhores condições de vida. Viajar, adquirir imóveis, jóias e veículos de última geração são os principais anseios da maioria, sem distinção de raça, credo ou condição escolar e social. Todos almejam dias melhores mas, para se tornar uma pessoa de posses não é tão simples como se imagina e sonha, sobretudo no Brasil onde a distribuição de renda é uma das mais injustas  do mundo.
A alternativa é fazer uma fezinha no bicho, nos jogos disponibilizados pela Caixa Federal, ou sair em busca de pedras preciosas ou metais valiosos nas regiões rochosas da zona rural.  Antigamente, quando só havia jogo do bicho e loteria federal, muitos se aventuravam na garimpagem amadora, na maioria das vezes, sem êxito. Conta-se que num dia qualquer do passado, chegou a Lençóis um viajante de origem  francesa que trouxe consigo grande quantidade de moedas de ouro, provável produto de roubo em algum grande centro.
Após hospedar-se  no “Sobradão”, chiquérrimo prédio da família Lima, o hospede “milionário” que era perseguido pela polícia, teria se “evadido” de madrugada, deixando para trás aquela fabulosa fortuna enterrada. A noticia se espalhou e em verdadeiras romarias as pessoas, munidas de ferramentas de escavação se dirigiam ao “Sobradão com o intuito de encontrar o ouro deixado pelo francês. Antigos lençoenses contam que, mesmo depois do Sobradão estar em ruínas, muita “gente boa” foi vista em noites enluaradas, escavando em busca do tal baú com moedas. Segundo historiadores, mais tarde, apareceu na cidade, uma japonesa que se dizia espírita.
A mulher que era, segundo dizem, muito pobre, passou muitas noites em vigília sob luz de lamparina, no entorno das escavações. Depois, sem deixar rastros, ela se mudou para uma cidade do interior do Estado e lá se estabeleceu no comércio. Há quem afirme até hoje, que foi ela quem encontrou o baú de ouro enterrado no Sobradão. Antes da construção da Rodovia Mal.
Rondon, havia no bairro Barra Grande uma pedra enorme que de acordo com o pessoal que morava nas redondezas, ela escondia sob si uma grande fortuna em ouro e pedras preciosas. A pessoa que teria enterrado o baú de jóias já tinha partido desta para uma melhor e sua alma penada aparecia em noites de lua cheia para vigiar o “patrimônio”. Talvez tenha sido essa a razão de os “garimpeiros trabalharem” apenas durante o dia. O medo do fantasma afastava os aventureiros. Moral da história: É duro ganhar dinheiro fácil.

::.. Benedicto Blanco é jornalista