MARÇO AMARELO, MÊS MUNDIAL DA CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A ENDOMETRIOSE, SURGE O ALERTA PARA OS CUIDADOS COM O CORPO DA MULHER

Uma doença por vezes silenciosa, que afeta 176 milhões de mulheres ao redor do mundo. Essa é a endometriose, que acomete de diversas – e às vezes irreversíveis – maneiras, a vida das mulheres. No Brasil, os números já chegam a aproximadamente 7 milhões de mulheres, segundo a Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE). Isso representa 15% da população feminina. “O número de mulheres que tem endometriose é enorme e crescente. E o mais grave é que muitas delas demoram muito tempo até diagnosticar a doença, que pode se confundir com diversas outras causas”, explica a Diretora Médica do IVI Salvador, Dra. Genevieve Coelho.

A endometriose, além de ser uma patologia muito frequente (20 a 40% das mulheres inférteis), pode provocar muitas dores durante o período menstrual, dor na relação sexual, bastante desconforto e até mesmo a infertilidade. Por conta disso, o mês de março foi eleito para trazer à tona a conscientização sobre o problema. O Março Amarelo é considerado o mês Mundial de Conscientização sobre a Endometriose. A campanha faz um alerta para que as mulheres redobrem a atenção com os sintomas relacionados a essa doença.

Mesmo sendo comum, o problema tem difícil diagnóstico e os sinais mais aparentes podem demorar a acontecer. De modo geral, trata-se de uma doença ginecológica crônica com até 10 anos de evolução, caracterizada pela presença de tecido endometrial – que reveste o útero – fora do órgão.

Ela atinge mulheres durante o período reprodutivo por conta da exposição ao estrogênio, hormônio responsável pelo controle da ovulação e pelo desenvolvimento de características femininas. A idade, primeira menstruação precoce, menopausa tardia, histórico familiar de primeiro grau, sedentarismo, dieta e nunca ter engravidado são alguns dos fatores de risco para as mulheres.

Dra. Genevieve Coelho explica que além das dores e do incômodo, a doença tem forte relação com a infertilidade. “Até 50% das mulheres inférteis apresentam endometriose; e a infertilidade é comum entre 30 e 50% das pacientes com a doença. Uma alternativa para essas pacientes é o tratamento cirúrgico de endometriose o quanto antes, para buscar a melhoria da infertilidade, caso ela seja temporária”, afirma a especialista. Infelizmente em alguns casos, especialmente os descobertos de forma tardia, a infertilidade pode ser permanente e comprometer o sonho dessas mulheres, de constituírem ou ampliarem família.

Vale ressaltar que a doença não tem cura, nem é possível preveni-la. Porém, é imprescindível que haja um acompanhamento médico. “É importante individualizar as pacientes e avaliar a melhor forma de tratamento, com intuito de alívio completo dos sintomas e de preservar a fertilidade. Essas pacientes devem ser bem avaliadas e acompanhadas”, pondera Dra. Genevieve.

Os sintomas da endometriose

Os sintomas da endometriose são muito variados. Algumas mulheres podem sentir apenas uma cólica leve e passar despercebida. Porém, a doença tem alguns sintomas característicos como dores pélvicas crônicas, dor durante a relação sexual, alteração intestinal (distensão abdominal, constipação intestinal, sangramento nas fezes e dores em região do ânus durante o período menstrual), desconfortos urinários e infertilidade.

É comum também dores na região lombar e nas coxas. Em alguns casos, a falta de tratamento pode levar a problemas mais graves, como obstrução intestinal, se houver comprometimento extenso do intestino, e a perda das funções renais, caso a bexiga e os ureteres sejam prejudicados.

“Às vezes a mulher procura ajuda médica por conta de dores e jamais chegaria a pensar em endometriose. Vai a um médico ortopedista achando que tem algum problema na coluna, ou vai ao gastroenterologista achando que tem síndrome do cólon irritável. Mas no final das contas, se trata de endometriose”, explica a especialista.

Diagnóstico e tratamento

Quando a mulher apresenta sintomas, o exame físico é suficiente para suspeitar da doença. Mesmo assim, alguns exames são usados para confirmar o problema. Exames de imagem como ultrassom transvaginal com preparo intestinal e ressonância magnética de pelve ajudam a chegar ao diagnóstico. Mulheres com infertilidade sem uma causa aparente devem realizar pelo menos um destes dois exames, pois além da endometriose é possível detectar outras causas dessa infertilidade.

O tratamento da endometriose é voltado para melhorar os sintomas e o quadro clínico. Algumas opções de tratamento utilizam medicações e outras são cirúrgicas. Se o principal sintoma for a infertilidade, todos os esforços do médico devem ser voltados para que essa mulher consiga engravidar futuramente.

Mulheres com endometriose e infertilidade devem ser orientadas que a cirurgia não melhora as taxas de sucesso dos procedimentos de fertilização, embora aumente as taxas de gestações espontâneas. Existe ainda o risco de a cirurgia diminuir a reserva ovariana, especialmente na presença de endometriomas de grandes dimensões.

“A intervenção é indicada para remoção completa de todos os focos de endometriose, com intuito de restaurar a anatomia e preservar a função reprodutiva”, explica a especialista. Em outros casos, as técnicas de reprodução assistida são as melhores alternativas para quem tem endometriose e está tentando engravidar.

 

Sobre o IVI – RMANJ

IVI nasceu em 1990 como a primeira instituição médica em Espanha especializada inteiramente em reprodução humana. Desde então, ajudou a criar mais de 200.000 crianças, graças à aplicação das mais recentes tecnologias em Reprodução Assistida. No início de 2017, a IVI fundiu-se com a RMANJ, tornando-se o maior grupo de Reprodução Assistida do mundo. Atualmente tem 60 clínicas em 9 países e é líder em Medicina Reprodutiva. Em 2020, a unidade IVI Salvador completa 10 anos. https://ivi.es/ – http://www.rmanj.com/