Orígenes Lessa

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Jornalista, contista, novelista, romancista e ensaísta, nasceu em Lençóis Paulista, SP, em 12 de julho de 1903, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13 de julho de 1986. Eleito em 9 de julho de 1981 para a Cadeira n. 10, na sucessão de Osvaldo Orico, foi recebido em 20 de novembro de 1981, pelo acadêmico Francisco de Assis Barbosa. Filho de Vicente Themudo Lessa, historiador, jornalista e pastor protestante pernambucano, e de Henriqueta Pinheiro Themudo Lessa. Em 1906, foi levado pela família para São Luís do Maranhão, onde cresceu até os 9 anos, acompanhando a jornada do pai como missionário. Da experiência de sua infância resultou o romance Rua do Sol. Em 1912, voltou para São Paulo. Aos 19 anos, ingressou num seminário protestante, do qual saiu dois anos depois. Em 1924, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Separado voluntariamente da família, lutou com grandes dificuldades. Para se sustentar, dedicou-se ao magistério. Completou um curso de Educação Física, tornando-se instrutor de ginástica do Instituto de Educação Física da Associação Cristã de Moços. Ingressou no jornalismo, publicando os seus primeiros artigos na seção “Tribuna Social-Operária” de O Imparcial.
Em 1928, matriculou-se na Escola Dramática do Rio de Janeiro, dirigida, então, por Coelho Neto, objetivando o teatro como forma de realizar-se. Saudou Coelho Neto, em nome dos colegas, quando o romancista foi aclamado “Príncipe dos Escritores Brasileiros”. Ainda em 1928, voltou para São Paulo, onde ingressou como tradutor no Departamento de Propaganda da General Motors, ali permanecendo até 1931.
Em 1929, começou a escrever no Diário da Noite de São Paulo e publicou a primeira coleção de contos, O escritor proibido, calorosamente recebida por Medeiros e Albuquerque, João Ribeiro, Menotti del Picchia e Sud Menucci. Seguiram-se a essa coletânea Garçon, garçonnette, garçonnière, menção honrosa da Academia Brasileira de Letras, e A cidade que o diabo esqueceu.
Em 1932, tomou parte ativa na Revolução Constitucionalista, durante a qual foi preso e removido para o Rio de Janeiro. No presídio de Ilha Grande, escreveu Não há de ser nada, reportagem sobre a Revolução Constitucionalista, e Ilha Grande, jornal de um prisioneiro de guerra , dois trabalhos que o projetaram nos meios literários. Nesse mesmo ano ingressa como redator na N. Y. Ayer & Son, atividade que exerceu durante mais de 40 anos em sucessivas agências de publicidade.
Voltou à atividade literária, publicando a coletânea de contos Passa-três e, a seguir, a novela O joguete e o romance O feijão e o sonho, obra que conquistou o Prêmio Antônio de Alcântara Machado e teve um sucesso extraordinário, inclusive na sua adaptação como novela de televisão.
Em 1942 mudou-se para Nova York para trabalhar no Coordinator of Inter-American Affairs, tendo sido redator na NBC em programas irradiados para o Brasil. Em 43, de volta ao Rio de Janeiro, reuniu no volume Ok, América as reportagens e entrevistas escritas nos Estados Unidos. Deu continuidade à sua atividade literária, publicando novas coletâneas de contos, novelas e romances. A partir de 1970, dedicou-se também à literatura infanto-juvenil, chegando a publicar, nessa área, quase 40 títulos, que o tornaram um autor conhecido e amado pelas crianças e jovens brasileiros.
Recebeu inúmeros prêmios literários: Prêmio Antônio de Alcântara Machado (1939), pelo romance O feijão e o sonho; Prêmio Carmem Dolores Barbosa (1955), pelo romance Rua do Sol; Prêmio Fernando Chinaglia (1968), pelo romance A noite sem homem; Prêmio Luísa Cláudio de Sousa (1972), pelo romance O evangelho de Lázaro.
Fonte: ABL – Academia Brasileira de Letras

O escritor lençoense correu o mundo e divulgou o nome de Lençóis

Para o imortal, membro da Academia Brasileira de Letras, Pedro Bloch, tudo o que Orígenes Lessa sabia ele aprendeu com o pai e não com os livros.  Orígenes nasceu em Lençóis Paulista no dia 12 de julho de 1903, filho de Vicente Themudo Lessa e Henriqueta Pinheiro Lessa. Seu pai era  pastor protestante, jornalista e professor de teologia. Aos três anos de idade, Orígenes mudou-se com  a família para São Luiz, capital do estado do Maranhão. Quando criança, “costumava acompanhar seu pai nas andanças pelo interior do Estado, e nessas viagens o escritor lençoense aprendeu muito com o pai” , afirma Pedro Bloch. Em 1912,  voltou para São Paulo, indo para a escola Paroquial e depois para o Colégio Evangélico onde seu pai era o vice-presidente. Com 10 anos já estava matriculado no Ginásio do Estado e já sentia certa inclinação pela literatura, fazendo pequenos trabalhos. Colaborou em  “A lança” e “ O Ciclone”, jornalzinho do colégio . Gostava tanto de leitura que,  em apenas um ano leu mais de duzentos livros. Com 13 anos de idade fundou “O Beija-Flor” jornalzinho impresso nas oficinas do internato. Fora do colégio, publicou um artigo sob o título “Modas em Combate”. Aos 20 anos, ingressou no Seminário de Teologia, abandonando-o dois anos mais tarde. Foi em 1914 que Orígenes viajou para o Rio de Janeiro, onde passou por serias dificuldades financeiras. Para sobreviver, fez diversos trabalhos. Entre eles, deu aula particulares, lecionou ginástica. Em 1928, matriculou-se na Escola Dramática, cujo diretor era Coelho Neto. Foram seus professores, além de Coelho Neto, João Ribeiro, José Oiticica,e Alberto de Oliveira. No Rio, colaborou com os jornais: “O Imparcial” na Tribuna Social Operária, dirigida por Joaquim Pimenta.  Em fins de 1928 , voltou para São Paulo,  empregando-se na General Motors, como tradutor de inglês. Dois anos depois, demitiu-se e foi trabalhar com propaganda. Nesse ramo foi diretor da multinacional Thompson. No jornalismo, começou a carreira no Diário da Noite  depois na Folha da Manhã. Seu primeiro livro  (O escritor Proibido) foi editado em 1929. A obra foi bem recebida, tanto é que recebeu elogios de escritores famosos com, Sud Mennucci, João Ribeiro e Menotti Del Pichia. Em 1930, publicou “Garçon, Garçonete e Garçonère” recebendo menção honrosa da Academia Brasileira de Letras. No ano seguinte, com “ Acidade que o diabo esqueceu” , firmou-se como um dos grandes escritores do gênero. Em 1932, trabalhando na Rádio Record, tomou parte do movimento revolucionário, sendo preso no morro da Pedreira e enviado para o Rio. Preso em Ilha Grande, escreveu uma reportagem detalhada do que viu nas trincheiras, sob o título: “ Não há de ser nada”. Três meses depois voltou para São Paulo e fez traduções de obras estrangeiras e escreveu o livro “O Feijão e o Sonho” seu primeiro romance , que recebeu o prêmio Antônio de Alcântara Machado da Academia Brasileira de Letras. Em 1942, foi para os Estados Unidos, contratado pelo Coordenador de assuntos Americanos. Um ano antes, 1941, dirigiu a revista Planalto, órgão de repercussão em toda a América. De volta ao Rio em 1943,  escreveu “Omelete em Bombaim” lançado em 1946,. Esse livro foi traduzido para o polonês e romeno. Já o “Rua do Sol”, publicado em 1955, recebeu o prêmio Carmem Dolores Barbosa.  Lessa viajou bastante: Conheceu Inglaterra Suécia, Noruega,  Portugal, Suíça,  Dinamarca, Argentina,  Chile,  Paraguai,  Bolívia, México, Venezuela e Antilhas. Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13 de julho de 1986. seu corpo está sepultado no cemitério de Lençóis Paulista.