Sindicato dos Químicos de Bauru e Região elege nova diretoria com 97,88% dos votos

Chapa vencedora é encabeçada pelo atual presidente da entidade, Edson Dias Bicalho, e vai administrar o Sindicato no período 2021/2026

Serginho e Edson Bicalho

A Chapa 01, a “Juntos Somos Mais Fortes”, obteve 97,88% dos votos na eleição para a renovação da Diretoria e do Conselho Fiscal do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas de Bauru e Região (Sindquimbru). Única concorrente ao pleito, a Chapa 01 é encabeçada pelo atual presidente da entidade, Edson Dias Bicalho, e vai administrar o Sindicato no período 2021/2026. Para que todos os trabalhadores e as trabalhadoras com condições de votar tivessem a possibilidade de participar do pleito, urnas percorreram as empresas de Bauru e região cujos quadros contam com associados ao Sindicato.

A posse da nova diretoria será em setembro. “Fizemos uma composição que resultou em chapa única. O resultado da eleição comprova que a nossa atuação é aprovada pela categoria. Estamos vivendo um momento muito difícil para o trabalhador e a trabalhadora. Além da pandemia, a precarização crescente desde a Reforma Trabalhista está colocando em risco direitos conquistados ao longo de décadas. Nossa função é lutar e resistir. E é o que estamos fazendo. Nos setores dos químicos, farmacêuticos e do etanol, não tivemos nenhum direito retirado. Todas as negociações salariais, mesmo agora na pandemia, fechamos com a reposição da inflação medida pelo INPC. Seguimos dialogando com o empresariado e exercendo o poder de negociação coletiva” afirma Bicalho, que também é secretário-geral da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimfar).

Mas Bicalho frisa que os sindicatos, com o fim da contribuição sindical, precisam de uma fonte de financiamento para continuar. “Reivindicamos o direito de discutir, sem interferência do governo, um modelo de financiamento sindical para sindicado que é atuante de fato. É urgente termos sindicato forte para evitar o que está acontecendo, que é aumento da precarização e da informalidade”, acrescenta. Paralelamente, ele ressalta a necessidade de políticas de fomento ao crescimento do País e de geração de emprego e renda e entende que a alternativa mais viável para isso é a taxação de grandes fortunas.

A apuração foi realizada assim que a eleição foi encerrada, na sede do Sindicato, e com a presença de representantes de Sindicatos parceiros e do presidente da Fequimfar, Sérgio Luiz Leite, o Serginho, que reforçou a necessidade de fortalecer os sindicatos. “Desde a Reforma Trabalhista, como prevalece o negociado sobre o legislado, o trabalhador e a trabalhadora só conta com o sindicato para equilibrar um pouco as forças entre capital e trabalho. E, exatamente desde então, os sindicatos estão se virando nos 30 para sobreviver. Calculamos que cerca de 50% dos sindicatos encolheram ou fecharam. No momento, a balança está pendendo mais para o capital. Precisamos reequilibrar as forças criando um sistema para financiamento sindical. O trabalhador e a trabalhadora que se beneficia do acordo fechado, que garantiu direitos e reajuste, é que tem que decidir se quer continuar com o sindicato lutando para um bom acordo. Se quer o sindicato, tem de ajudar financeiramente. E isso tem de acontecer logo. Não dá mais para deixar o País cair na precarização total”, acrescenta.

Serginho aposta numa retomada da economia a partir de 2022, de maneira mais firme de 2023 em diante. “E aí o trabalhador e a trabalhadora precisará muito dos sindicatos para fazer este equilíbrio de forças com o capital. Se não tivermos sindicatos atuantes, será tudo precarizado. Para mim, o trabalhador por si próprio vai sentir a necessidade de ter um sindicato que o represente nas negociações com o patrão. Vai sentir no bolso dele. Caso contrário, o Brasil, que já está na precarização, vai caminhar a passos largos para a informalidade”, conclui.

Sobre o Sindicato

O Sindicato dos Químicos de Bauru e Região foi fundado em 1989 e representa trabalhadores nas indústrias químicas; farmacêuticas; preparação de óleos vegetais e animais; perfumaria e artigo de toucador; resinas sintéticas; sabão e velas; fabricação de álcool, etanol, bioetanol e biocombustível; explosivos; tintas e vernizes; fósforos; adubos e corretivos agrícolas; defensivos agrícolas e materiais plásticos; matérias-primas para inseticidas e fertilizantes; abrasivos; álcalis; petroquímica; lápis, canetas e material de escritório; defensivos animais e rerrefino de óleos minerais de de Agudos, Arealva, Avaí, Balbinos, Bariri, Bauru, Boa Esperança do Sul, Bocaina, Boracéia, Borebi, Guarantã, Iacanga, Itaju, Itapuí, Jaú, Lençóis Paulista, Pederneiras, Pirajuí, Piratininga, Pongaí, Presidente Alves e Reginópolis.