Terrorista azarado

Um terrorista planejou destruir alguns prédios e monumentos brasileiros. Durante meses ele arquitetou, quebrou a cabeça para que nada desse errado. No dia marcado, tomou um avião e rumou para o Brasil. A viagem foi tranquila, mas na hora do avião pousar, um problema no aeroporto atrasou em uma hora a aterrissagem. No momento do desembarque chovia muito e os taxistas não estavam “pegando” corrida para o centro da cidade. Uma descarga elétrica durante o temporal havia afetado o sistema de eletricidade daquela região e os semáforos ficaram todos doidos, e o trânsito, como sempre, estava caótico, travado. O terrorista então roubou uma bicicleta e partiu em direção ao seu alvo, mas não pedalou muito porque dois pivetes roubaram a bike, relógio, celular e um pouco de dinheiro que ele trazia no bolso. Extremamente desanimado ele decidiu ir caminhando, mas uma moto em alta velocidade o atropelou e meia hora depois uma ambulância o levou para um pronto atendimento. Ao chegar ao hospital, não havia médicos de plantão e o terrorista foi atendido duas horas depois por um clínico geral que constatou fratura nas duas pernas e escoriações por todo o corpo. Era necessário, então, que se fizesse algumas radiografias, além de outros exames pré-operatórios pois afinal de contas ele teria que passar por cirurgia. Mas, havia uma série de problemas a serem superados: Não havia vagas na UTI e nem médicos e o hospital estava com falta de medicamentos e instrumentos cirúrgicos. Deitado em uma maca no corredor, ele permaneceu três dias e finalmente foi operado. A recuperação do paciente foi longa. Permaneceu internado por longos 15 dias, pois não tinha para onde ir e estava com as duas pernas engessadas e usava um colete cervical, além de uma faixa na mão direita. Dias mais tarde, já fora do hospital, ele estudava uma forma de voltar para casa, uma vez que a sua “profissão” de terrorista estava acabada, encerrada. Com os trocados que lhe deram no período de internação, tomou um ônibus e partiu meio sem rumo, mas a sorte não estava ao seu lado. Um “arrastão” levou tudo dos passageiros e como o ele não tinha nada para dar aos ladrões, apanhou bastante e por causa dos muitos ferimentos, foi obrigado a retornar ao hospital, onde por falta de higiene do local, contraiu uma infecção generalizada e bateu as botas. Esse é o triste fim de um terrorista que se aventurou atuar no Brasil.

Benedicto Blanco